164 anos do Livro dos Espíritos

O Livro dos Espíritos, obra codificada por Allan Kardec, vem ao longo dos séculos mostrando que o estudo básico é primordial para os que se interessam pelo espiritismo, pela mediunidade e pela reforma íntima.

O Livro dos Espíritos trouxe à humanidade a luz para questões de máxima importância no âmbito de nossa Doutrina Espírita, tais como: imortalidade da alma, vida após a morte, a natureza dos Espíritos e a essência dos ensinamentos morais do Cristo. A obra foi tema de palestra na Associação Espírita Fé e Caridade, proferida pela expositora Mariah Lisboa.

Todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão no mesmo sentimento de amor ao bem e se unirão por um laço fraterno que envolverá o mundo inteiro deixarão de lado as mesquinharias disputas de palavras para somente se ocuparem das coisas essenciais.
— O Livro dos Espíritos (Prolegômenos)

Para melhor entendermos o processo de produção de O Livro dos Espíritos, Francisco Candido Xavier, em sua obra psicografada Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, pelo Espírito Humberto de Campos, relata em sua página 72 no capítulo “Bezerra de Menezes: como teve início o Livro:

Assembléias espirituais, reunindo os gênios inspiradores de todas as pátrias do orbe, eram levadas a efeito, nas luzes do infinito, para a designação  de missionários das novas revelações. Em uma de tais assembléias, presidida pelo coração misericordioso e augusto do Cordeiro, fora destacado um dos grandes discípulos do Senhor, para vir à Terra com a tarefa de organizar e compilar ensinamentos que seriam revelados, oferecendo um método de observação a todos os estudiosos do tempo. Foi assim que Allan Kardec, a 3  de outubro de 1804, via a luz da atmosfera terrestre, na cidade de Lião. Segundo os planos de trabalho do mundo invisível, o grande missionário, no seu maravilhoso  esforço de síntese, contaria com a cooperação de uma plêiade de auxiliares da sua obra, designados particularmente para coadjuvá-­lo, nas individualidades de João­  Batista Roustaing, que organizaria o trabalho da fé; de Léon Denis, que efetuaria o  desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e de Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos, desenhando as maravilhas das paisagens celestes, cooperando assim na codificação kardequiana no Velho Mundo e dilatando­-a com os necessários complementos.
— Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

O Livro do Espíritos, então, viria ao mundo pelas mãos do missionário de Cristo Hippolyte Léon Denizard Rivail, que adotou o pseudônimo de Allan Kardec — nome inspirado em uma encarnação anterior, em que Hippolyte conviveu entre os druidas do povo celta, na região da Gália.

O educador francês então passa a organizar e compilar primeiramente 501 questões, que depois viriam a ser 1019 a partir da segunda edição. O Livro dos Espíritos é dividido em quatro partes:

  1. Livro Primeiro: As Causas Primeiras
  2. Livro Segundo: Mundo Espírita ou dos Espíritos
  3. Livro Terceiro: Leis Morais
  4. Livro Quarto: das Esperanças e Consolações

As questões foram revisadas por Kardec e pela médium Ruth Japhet, todas organizadas de forma didática e simples, apresentando os princípios do Espiritismo.

Sendo Allan Kardec o interlocutor escolhido, tornando-se, como já dito anteriormente, o missionário de Cristo, foi auxiliado pelos Espíritos: São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, o Espírito da Verdade, Sócrates, Platão, Fenelon, Franklin, Swedenborg e muitos outros.

Assim, a obra não viria a ser de Allan Kardec, mas dos Espíritos. Por isso, diz-se Doutrina Espírita e não doutrina de Allan Kardec. Como bem exposto no Prolegômenos do livro:

Ocupa-te, cheio de zelo e perseverança, do trabalho que empreendeste com o nosso concurso, pois esse trabalho é nosso. Nele pusemos as bases de um novo edifício que se eleva e que um dia há de reunir todos os homens num mesmo sentimento de amor e caridade. Mas, antes de o divulgares, revê-lo-emos juntos, a fim de lhe verificarmos todas as minúcias.
— O Livro dos Espíritos (Prolegômenos).

A obra codificada por Allan Kardec vem ao longo dos séculos mostrando que o estudo básico é primordial para os que se interessam pelo espiritismo, pela mediunidade e pela reforma íntima. Conforme coloca Hermínio Corrêa de Miranda:

Em suma, O Livro dos Espíritos é um repositório de princípios fundamentais de onde emergem inúmeras “tomadas” para outras tantas especulações, conquistas e realizações. Nele estão os germes de todas as grandes ideias que a humanidade sonhou pelos tempos afora, mas os Espíritos não realizam por nós o nosso trabalho. Em nenhum outro cometimento humano vê-se tão claramente os sinais de uma inteligente, consciente e preestabelecida coordenação de esforços entre as duas faces da vida — a encarnada e a desencarnada.
— Nas Fronteiras do Além.

O Livro dos Espíritos é a primeira obra da codificação da doutrina espírita, que conta com cinco obras ao todo:

  • O Livro dos Espíritos
  • O Livro dos Médiuns
  • O Evangelho Segundo O Espiritismo
  • O Céu e o Inferno
  • A Gênese

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Magda do Carmo Gonçalves.

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