A palestra proferida por Sandra Lemos nos canais digitais da AEFC em 15 de junho de 2021 nos convida às reflexões sobre a Parábola da Rede, trazida por Jesus.

O que são parábolas?

Na acepção geral do termo, parábola é uma narrativa que tem por fim transmitir verdades indispensáveis de serem compreendidas. As Parábolas dos Evangelhos são alegorias que contêm preceitos de moral.

O Mestre Jesus empregava elementos materiais utilizados no cotidiano do povo, para, por comparação, auxiliar os ouvintes a perceberem o ensinamento, a compreensão das coisas espirituais, que é real, mas invisível e impalpável.

A Rede de Pesca

A rede de pesca, que está utilizada como símbolo, era muito conhecida de seus discípulos, pois vários deles eram pescadores. O instrumento de pesca era também conhecido do povo que o escutava, por viverem à margem de um grande lago, o lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia.

A pesca era a atividade daquele povo. Qual o instrumento que os pescadores mais usam? A rede. Portanto, Jesus na parábola da rede usa o conhecimento do cotidiano para trazer ensinamentos imortais e profundos àquele povo simples.

Parábola da Rede

Finalmente, o Reino dos Céus é semelhante a uma rede, que foi lançada ao mar e apanhou peixes de toda espécie: e depois de cheia, os pescadores puxaram-na para a praia; e sentados, puseram os bons em cestos, mas deitaram fora os ruins. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e lança-los-ão na fornalha do sofrimento; ali haverá choros e ranger de dentes.
— Mateus, 13:47–50.

A rede é a imagem escolhida para representar o Reino de Deus. Questiona a palestrante, Sandra Lemos: “e quem são os peixes? São pessoas, somos nós. Então Jesus começa essa narrativa nos fazendo sentir que estamos todos juntos, imersos nesse mar, como os peixes, sabendo que essa rede, ao ser recolhida, trará todo tipo de peixe. (…) Somos diferentes uns dos outros e estamos todos inseridos nesse grande mar.”

O Reino dos Céus

A palestrante cita a obra Evolução em Dois Mundos, por André Luiz na psicografia de Francisco Xavier e Waldo Vieira, para esclarecer o significado do mar que aparece na parábola.

O fluído cósmico ou plasma divino é a força em que todos vivemos, nos ângulos variados da Natureza, motivo pelo qual já se afirmou, e com toda a razão, que “em Deus nos movemos e existimos”.
— Evolução em Dois Mundos.

Vivemos, portanto, em Deus, como os peixes vivem no mar. “Ouvimos muitas vezes as pessoas perguntarem ‘Onde está Deus?’ quando a pergunta deveria ser ‘Onde eu estou em Deus?'” observa a palestrante.

Cairbar Schutel em sua magnífica obra Parábolas e Ensinos de Jesus, comenta essa parábola ensinando que:

A rede cheia de peixes de toda a espécie representa a Lei Suprema, que, ministrada a todos, sem exceção, sejam gregos ou gentios, vem trazendo ao Tribunal de Cristo gente de toda a espécie, bons, medianos e maus, para serem julgados de acordo com as suas obras. Os anjos são os Espíritos Superiores, e quem está afeto o poder do julgamento; a fornalha de dor é o símbolo dos mundos inferiores, onde os maus têm de se depurar entre lágrimas e dores, para atingirem uma esfera melhor.
— Parábolas e Ensinos de Jesus.

Começamos a perceber portanto, que a rede é o Reino dos Céus mas é também a Lei de Amor. É composta de todas as nuances e instrumentos de que dispomos para alçar patamares cada vez mais altos em nossa evolução espiritual.

A palestrante traz ainda uma citação de Paulo de Tarso, em Atos dos Apóstolos:

Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
— Atos 17:28

E o que dispomos para avançar e alcançar o Reino dos Céus?

“Tudo que nos envolve em nossa caminhada são circunstâncias que Deus está nos oferecendo para possamos fazer uso para nosso desenvolvimento,” afirma a palestrante. E enumera: as doenças, os problemas, a vizinhança, o trabalho a escola, o apoio religioso, a família. São todos instrumentos para nosso aprendizado.

Não há como fugir do mar, assim como não podemos fugir de Deus. Podemos nos distanciar Dele (e sofreremos as consequências), mas não há como fugir. Cada um faz seu esforço para construir em si o Reino dos Céus e absorver com efetividade a Lei de Amor. São muitas as dificuldades e desafios, que fazem parte, e o que mais importa é como encaramos essas situações.

Em A Gênese, capitulo 2, Existência de Deus, no item 20, denominado A Providência, Allan Kardec escreve que:

A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas; é nisto que consiste a ação providencial.
— A Gênese.

E no livro Plantão de Respostas, por Emmanuel na psicografia de Francisco Cândido Xavier, o capítulo 12 nos traz o tema Deus:

Pergunta: Como podemos compreender Deus?
Resposta: Kardec inicia sua série de perguntas aos Espíritos questionando sobre o que é Deus, e a ele é feita a seguinte afirmativa: (…) “Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.” Questionando quando o homem compreenderia a Divindade, responderam-lhe: (…) “Quando não mais tiver o Espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.”

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Marli Giarola Fragoso.
** Imagem em destaque: Jeremy Bishop via Pexels.

Categorias: Notícias

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