A Doutrina Espírita nos faz refletir sobre a necessidade de reconhecermos o estado de sofrimento das pessoas que se encontram sob o vício em drogas. Este foi o tema da palestra proferida por Fabiana Fertig na Associação Espírita Fé e Caridade, como parte da campanha em defesa da vida.

Por tratar-se de uma necessidade que não é natural do organismo, a drogadição tem raízes mais profundas nas almas que necessitam de tratamento físico, espiritual, amparo e apoio da família. São almas que enfrentam enormes dificuldades em abandonarem o vício.

A convivência com uma pessoa viciada em drogas é muito difícil, porém a Doutrina Espírita nos alerta para o fato de que esses irmãos são almas doentes. “Cada um de nós manifesta as doenças de uma forma, estes irmãos extravasam suas doenças através do vício da drogadição,” nos diz Fabiana. Portanto o primeiro ensinamento é: não julgar o viciado.

O que é o vício?

O espírito André Luiz na obra Agenda Cristã nos esclarece que “o vício é a fuga dolorosa da realidade da vida”.

A Doutrina Espírita nos faz compreender a drogadição como consequência de nossas ações no passado, de nossas múltiplas existências que sendo solidárias entre si, imprimem nossos equívocos de vidas passadas na atual existência.

Orientações da Doutrina Espírita sobre o vício

A palestrante elenca três pilares para o enfrentamento da drogadição:

  1. Amor: somente o amor verdadeiro a nós mesmos e aos nossos semelhantes nos auxiliará a enfrentar esta situação.
  2. Educação no lar: educar através do exemplo.
  3. Conhecimento da vida espiritual: fortalecimento espiritual para abandonar o vício ou para ajudar alguém nesta situação.

Em O Livro dos Espíritos, encontramos os seguintes esclarecimentos:

645. Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?
“Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes.”

911. Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las? “Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como ‘querem’. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em conseqüência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”

Fabiana segue fundamentando suas reflexões em várias obras espíritas e destaca importantes ensinamentos contidos em O Céu e o Inferno, segunda parte, capítulo IV, em que os espíritos benfeitores nos alertam para o fato de que após a morte do corpo físico, não cessam as necessidades de vícios da matéria, por trata-se de uma doença da alma.

Processos de reajuste

O espírito desencarnado continua sua busca alucinante para saciar seus desejos, provocando nele um grande sofrimento.

Outra obra citada na palestra é Nos Domínios da Mediunidade, capítulo 15:

Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes.

Na mesma obra, o espírito Hilário pergunta ao instrutor Áulus:

– Entretanto, como se transformarão?
– Chegará o dia em que a própria Natureza lhes esvaziará o cálice – respondeu Áulus, convicto. – Há mil processos de reajuste, no Universo Infinito em que se cumprem os Desígnios do Senhor, chamem-se eles aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere… (…) – Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura, prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem…

Kardec nos ensina que nunca estamos sozinhos, estamos sempre acompanhados de espíritos que querem o nosso bem e o nosso progresso. Por outro lado também estamos cercados por espíritos menos evoluídos que serão nossos companheiros caso nos liguemos a eles fluidicamente.

Nem sempre temos a força ou conhecimento necessários para enfrentarmos sozinhos esta difícil situação que é a drogadição, seja conosco ou com alguma pessoa próxima.

É fundamental que procuremos ajuda, tanto no campo da medicina como espiritual.

Converse sobre este tema, divulgue e consulte o material de apoio aqui.

Acompanhe a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Sandra Lemos.
** Imagem em destaque via Pexels.

Categorias: Notícias

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