Quando a doença nos atinge e vivemos momentos de dor e aflição, pensamentos contraditórios invadem nossa mente. O conhecimento e estudo do Evangelho de Jesus através de todas as obras espíritas disponíveis nos auxiliam muito no entendimento e significado das doenças e, ainda, na capacidade de aceitação. Esse foi o tema da palestra de Rudnei Martins nos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade.

O palestrante nos esclarece que doenças podem ser originadas de diversas formas. Podem ser débitos passados, provas que cada um escolhe, expiação, depurativo, necessidade de mudança de comportamento, débito compulsório, mente invigilante, distúrbio comportamental. Quaisquer desses motivos e outros ainda, podem nos causar perturbações e sofrimentos.

Somos causadores de nossas próprias doenças? Como agimos nessa encarnação? Como fomos em encarnações passadas em relação ao desenvolvimento moral e à casa que abriga nosso espírito?

Olhando para dentro de nós mesmos, verificamos aspectos que ainda precisam ser analisados e modificados. Somos dotados de livre arbítrio, e, em várias passagens de nossa vida terrena, causamos, nós mesmos, vários transtornos que trazem consequências difíceis de serem trabalhadas. Muitas vezes, até, pré-julgamos as dificuldades e perguntamos: por que acontece comigo?

Em O Evangelho Segundo O Espiritismo, observamos:

As provas rudes, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus.
— O Evangelho Segundo O Espiritismo, capítulo 19, item 9.

Somos formados de corpo, perispírito e espírito (equilíbrio). Nossos pensamentos, palavras e atos podem proporcionar esse equilíbrio necessário para que possamos evoluir, ou não. Temos que lembrar que já vivemos muitas vidas e adquirimos débitos, que atingem até nosso perispírito. O equilíbrio entre corpo, perispírito e espírito acontecerá quando, evoluídos moralmente, agiremos de acordo com as Leis de Deus de amor e caridade.

As doenças que nos atingem são dificuldades que podemos suportar, devemos ter resignação. Se Deus permite tais dificuldades é porque são necessárias e exatamente, para quem as está vivendo.

Devemos tentar ver as dificuldades e, entre elas, as doenças, como aliadas para a nossa evolução e, se vivemos em um planeta de expiação e provas, há motivos para isso. Necessitamos resolver questões importantes para nosso adiantamento.

A causa das doenças

Todos os males têm uma causa, que está em nós mesmos e as misérias que enfrentamos não podem ser resultado de nossas virtudes; portanto têm sua fonte em nossas imperfeições.
— Revista Espírita/1863 – Allan Kardec.

As perfeições tanto como os defeitos e as doenças do corpo físico são reflexos do corpo espiritual equilibrado e sadio ou lesado e doente. Os mais íntimos pensamentos e sentimentos e as mínimas atitudes determinam o estado sadio ou enfermo em que nos encontramos o qual, por sua vez, acaba por exteriorizar-se no corpo físico, nesta ou em outras vidas. O perdão, a caridade, os bons sentimentos,as boas atitudes, mantém nosso corpo em equilíbrio.

Seja na ingestão de alimento inadequado, seja no uso de entorpecentes, no alcoolismo, no aborto, nos abusos sexuais, estabelecemos em nosso prejuízo, as síndromes abdominais de caráter urgente, as úlceras, as afecções hepáticas, as desordens renais, os traumatismos do cérebro e outros muitos sintomas. No egoísmo, na crítica, na inconformidade, na inveja, no ciúme, no remorso, viciamos o próprio pensamento e atraímos o pensamento viciado das inteligências menos felizes, encarnadas ou desencarnadas que nos rodeiam.

Poderíamos fazer um teste: prestar atenção e observar o que acontece quando nos deixamos levar por pensamentos insistentes e não edificantes. Com certeza, veremos que nosso corpo responderá com algum desconforto e, possivelmente, alguma doença de grau variável se manifestará.

Por isso, a auto-observação, o autoconhecimento e o estudo são tão importantes. Trazemos, de nossas várias vidas, comportamentos viciados, repetitivos e renitentes que necessitamos se não, resolver nesse momento, pelo menos dissipar uma parcela para não carregar esse fardo, sempre da mesma forma e do mesmo tamanho, diminuindo um pouco sua carga, já que Deus em sua infinita bondade nos proporciona várias etapas para resolução dos problemas que engendramos.

Tipos de dor

Muitas vezes sofremos dores físicas e este é um grande desafio que transforma nossa existência. O livro Ação e Reação, no capítulo XIX, de Chico Xavier, por André Luiz, fala da dor como ingrediente dos mais importantes na economia da vida em expansão:

  • A dor-evolução (de fora para dentro), é um sacrifício, sem que o agente tenha dado causa ao sofrimento através de um erro do passado. Muitas vezes são provas escolhidas pelo próprio espírito para concluir sua depuração e ativar seu progresso;
  • A dor-expiação ( de dentro para fora), tendo como causa erros do passado, desta ou de outra vida. O orgulho, o egoísmo, os vícios, a sexualidade irresponsável, ou outros sentimentos desarmonizam o indivíduo desencadeando degenerações no corpo físico, manifestando-se através de doenças cármicas;
  • A dor-auxílio (enfermidades graves para amenizar dívidas). Programada antes da reencarnação, servindo como medida preventiva para evitar desvios no plano reencarnatório, ocasionar reflexões ou evitar que o ser caia no mesmo erro de outra vida.

Certos débitos, como o suicídio, são compulsórios, ou seja, o espírito já não pode escolher formas de reparação e a necessidade de sofrimento, como, por exemplo, através de doenças congênitas, deficiências mentais, loucura, cegueira, deformações, são algumas das várias formas difíceis e longas que o espírito terá que enfrentar ao tirar a vida que lhe foi tão cuidadosamente preparada para viver nova experiência de aprendizado.

Deus nos oferece, a cada encarnação, um corpo dotado de órgãos, glândulas, artérias, veias e todos os sistemas que se combinam num conjunto harmônico e perfeito, até nas imperfeições, para garantir nossa evolução através de experiências instrutivas e de renovação.

Então, tenhamos calma, paciência e perseverança diante das doenças. Continuemos a trabalhar mesmo sem a saúde perfeita. Tenhamos respeito pelo sofrimento dos outros e também por nós mesmos. Quando compreendemos e mudamos nosso padrão vibratório no bem, toda a energia pouco edificante se dissipa e somos auxiliados pela nossa própria sintonia pelos queridos amigos que estão sempre disponíveis quando abrimos nossos canais de entendimento!

Orai e vigiai, queridos irmãos. Assim, seremos auxiliados pelos espíritos amigos! Muitas vezes, não curados, porque necessitamos das provas. Mas, fortalecidos no amor de Deus e no exemplo de Jesus!

Referências:

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo, Nova Visão, Catanduva: São Paulo, 2019 – Cap. XIX, ítem 9.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, ed. Lake: São Paulo, 1997 – Questões 196, 257.

REVISTA ESPÍRITA, 1863 – Palavras de Allan Kardec.

XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador, FEB: 2018 – Cap. V, questão 95.

XAVIER, Francisco Cândido. Evolução em dois mundos, FEB – Cap. XIX.

XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação, FEB – Cap. XIX.

Acompanhe na íntegra a palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Susana Rodrigues.
**Imagem em destaque: via Pexels.

Categorias: Notícias

1 comentário

A melancolia · 26 de outubro de 2022 às 12:30

[…] que as moléstias do corpo sempre existiram, mas, lembre-se de quantas pessoas nosso bom Jesus curou. Muitas das vezes o […]

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