Em palestra transmitida pelos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, a expositora Débora Hobonomo nos trouxe o seguinte tema: nossos atos e o fim das forças vitais.

O que é Força vital?

Força vital é a energia da vida! E o que tem haver nossas ações com o fim das nossas forças vitais?

Allan Kardec nos traz no livro Obras Póstumas a seguinte afirmação:

Os acontecimentos se precipitam com rapidez, por isto não vos dizemos mais, como outrora: Os tempos estão próximos; agora dizemos: Os tempos estão chegados.
— Allan Kardec, em Obras Póstumas.

Aqueles que estão habituados a ouvir as explanações, a estudar a Doutrina Espírita, certamente já ouviu falar que vivemos um período de transição e que estamos entrando em uma nova era.

Historicamente muito se pensava que o mundo iria acabar, mas na realidade são os hábitos, os conceitos, os pensamentos que prejudicam é que irão acabar. A humanidade está caminhando para um mundo melhor.

Diante de tantas coisas difíceis que vemos, nos sentimos tristes, sem esperança, mas devemos ver as coisas boas, elas também estão acontecendo, apesar do mal ser mais noticiado.

Autodestruição

[…] darão impulso à destruição, que gerará uma multidão de flagelos e calamidades, de sorte que, sem o querer, apressarão a chegada da era da renovação. E como se a destruição não marchasse bastante depressa, ver-se-ão os suicídios multiplicando-se numa proporção incrível, até entre as crianças. A loucura jamais terá ferido um maior número de homens que antes da morte serão riscados do número dos vivos.
— Revista Espírita, de outubro de 1866, “Instruções dos Espíritos sobre a regeneração da humanidade”.

Mas como assim “estar riscado do número dos vivos antes da morte”?

No livro O Céu e O Inferno lemos a história de um pai e um recruta da guerra, em que o pai, para evitar que o filho fosse para a guerra, se suicidou. Neste capítulo, Kardec coloca que o suicídio não consiste somente naquele ato voluntário que produz a morte instantânea, consiste também em tudo que se faz para conhecimento de causa e que pode apressar prematuramente a extinção das forças vitais.

Quando mantemos comportamentos ou hábitos que sejam prejudiciais, seja físico, mental ou espiritual, danificamos nosso organismo e nossa reserva de força vital. Se o planejamento reencarnatório era para viver até 80 anos, com tais ações, antes da morte já estaremos nos desprendendo da vida.

E quando falamos em hábitos e ações, a primeira coisa que nos vem à mente são os excessos, mas pouco pensamos em questões que são pertinentes ao nosso mundo interior.

A impaciência, a irritação, as imperfeições morais respondem pelos danos de demorado curso, que se instalam nas criaturas. São eles agentes fecundos da morte, a arrebatar mais vidas do que o câncer, a tuberculose e as enfermidades cardíacas somados, pois que são responsáveis pelo desencadeamento da maioria delas.
— Manoel Philomeno de Miranda, no livro Loucura e Obsessão (psicografia de Divaldo Franco).

Quando as coisas não saem conforme planejado, muitos de nós nos irritamos, perdemos a paciência. É da nossa faixa evolutiva esta situação.

Ordem moral

Quando se fala em ordem moral não é moralismo, é procurar viver de forma equilibrada, de tal forma que prejudique minimamente ou não prejudique o próximo e a si mesmo.

Diante de uma ação errada de alguém, o que eu posso fazer para melhorar e não somente esperar que o outro mude?

Cristo nos exemplificou a lei, que a Doutrina Espírita nos lembra sempre: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Mas o amar a si mesmo não é fazer somente aquilo que tenho vontade, me dando prazeres, mas buscar fazer o bem, buscar o equilíbrio, a paz interior, para não minar a saúde física e emocional das ações equivocadas. 

Lembre-se que, ao termos uma atitude negativa com alguém, os primeiros a serem atingido somos nós mesmos.

Fatores intoxicantes perturbam o equilíbrio emocional e orgânico, psíquico e físico, facultando a instalação de doenças graves conhecidas, quanto de outras de etiopatologia por ora ignorada.
Rebelde, por instinto, e indomado, o homem prefere a reação imediata à ação cautelosa, toda vez que tem os seus interesses prejudicados e até mesmo nos momentos que considera felizes.
Sem o hábito salutar de meditar antes de agir, complica situações fáceis, gerando futuras dificuldades para si mesmo e para aqueles que lhe privam das horas. As disciplinas morais e espirituais são, por isso mesmo, tão necessárias para o Espírito, quanto o alimento e o ar o são para o corpo.
— Manoel Philomeno de Miranda, no livro Loucura e Obsessão (psicografia de Divaldo Franco).

Muitas vezes somos tão exagerados e imediatistas que até para uma comemoração, excedemos, passamos do ponto, agimos por impulso sem pensar.

E o que estamos fazendo quando respondemos uma provocação? Estamos aceitando e abrindo espaço para o nosso desequilíbrio.

Trabalhamos para ter o alimento, uma moradia e o que fazemos para a saúde espiritual?

É chegada a hora de ter esta atenção também, temos conhecimento suficiente para parar e refletir sobre nossa conduta, sobre o que temos feito.

A pressa

O imediatismo, que é remanescência da natureza animal possuidora e egoísta, responde pelos insucessos que a escolha precipitada proporciona, impondo o mecanismo redentor, de que necessitará amanhã para selecionar com sabedoria aquilo que lhe é útil, em detrimento do pernicioso. Assim, a dor é sempre a resposta que a ignorância conduz para os desatentos. É, também, de certo modo, a lapidadora das arestas morais, a estatuária do modelo precioso para a grandeza da vida que se exalta.
— Manoel Philomeno de Miranda, no livro Loucura e Obsessão (psicografia de Divaldo Franco).

Tenhamos bom senso. Esta atitude protege o outro e nos protege. Selecione com sabedoria tudo o que é útil, pois somos lapidados, seja pelo amor ou pela dor.

Postos de lado os que se dão em estado de embriaguez e de loucura, aos quais se pode chamar de inconscientes, é incontestável que tem ele sempre por causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhe apontem.
— Evangelho Segundo o Espiritismo, cap V item 15 – Bem aventurados os aflitos.

Não somente aquele que tira sua vida de uma vez é suicida. Mas também corre esse risco aquele movido pelos descontentamentos que levam a atitudes de intolerância e impaciência. Paremos para observar as coisas boas e agradecer.

Não estamos aqui a passeio. A Terra é nossa escola e nosso hospital, onde consolidamos nossa evolução moral, pois Deus nos deu o poder da escolha para que tenhamos o mérito da evolução.

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

* Colaborou para esta publicação: Débora Hemkemeier.
** Imagem em destaque via pexels.com.

Categorias: Notícias

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