Em mensagem gravada para os canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, a trabalhadora da casa Fabiana Fertig trouxe uma reflexão sobre a vida em família e as Influências espirituais no lar.

Muitas pessoas se perguntam se sua família ou sua casa pode estar recebendo influências negativas porque muita coisa está dando errado, há desentendimentos, brigas, objetos quebrando, problemas financeiros e então julgam que algo maior ao seu entendimento pode estar provocando estas desordens.

Temos o costume de terceirizar nossas responsabilidades. Porém, manter a casa em paz e em harmonia é nosso compromisso. Sempre existirão influências externas, sejam do mundo espiritual ou do mundo terreno, mas é responsabilidade é de cada membro da família de salvaguardar este ambiente precioso. Em especial daqueles com mais maturidade, pois é através do exemplo que vamos ensinar aqueles que estão vindo atrás, os mais novos. E é em casa que vamos retemperar nossas energias, onde estaremos no descanso do corpo físico, da mente e do coração das atribulações do mundo lá fora. É um trabalho conjunto de todos os componentes da casa.

Os aprendizados

No livro Vidas e valores, Raul Teixeira nos coloca que é válido pensar, para quem tem o conhecimento sobre a espiritualidade, que o ambiente familiar é o conjunto de pessoas que já tiveram outras existências juntas e possuem uma sequência de aprendizados. Assim como anos escolares, as múltiplas encarnações servem para reaprender, refazer lições ou ter novas lições visando o aprimoramento.

Estamos em agrupamento de indivíduos em que uns devem mais para com os outros. Alguns foram negligentes, indiferentes e foi dada a oportunidade de retomar onde parou para reabastecer emoções, reequilibrar e um dar para o outro aquilo que deixou outrora. Ou mais, ampliar laços afetivos já positivos para nos melhorar, ajudar o nosso progresso espiritual, daqueles no grupo familiar e da comunidade onde vivemos.

Raul Teixeira nos fala que dentro desta visão de reencarnação, existem espíritos multi-milenários dentro de um grupo familiar porque não se formam de uma hora para outra. Às vezes são séculos de preparação para que estejamos neste momento, neste local e com estas pessoas.

Vivemos com pessoas de caráter, pendor e temperamento diferente, comportamentos afetivos e sentimentais diferentes uns dos outros. Então, é natural que nestas diferenças e ainda aprendendo a conviver um com o outro, através de renúncias, dedicação, de servir, nós possibilitemos a perturbação espiritual.

Ela é real, ela existe de forma suave ou intensa.

Influência espiritual

O apóstolo Paulo fala que vivemos cercados por uma nuvem de testemunhas que adentram os nossos sonhos. Isso quer dizer que eles estão durante o dia e durante o sono físico também e nos observam.

E quem são eles?

São indivíduos como nós, que viveram conosco, que viveram aqui na Terra, que deixaram o corpo físico mas que continuaram com o mesmo temperamento, com as mesmas características. São pessoas do bem, que estão ligadas a nós e querem nos auxiliar.

Os indivíduos menos esclarecidos, ciumentos, invejosos, vingativos, estarão junto a nós tentando viver os sentimento deles através de nós.

A vida dentro da nossa casa

Raul Teixeira faz esta reflexão para avaliarmos quem estamos convidando para dentro de casa.

Quem é esta nuvem de testemunhas? Se o ambiente da nossa casa está conturbado, porquê?Somente pela nossa vivência ou porque estamos convidando estes indivíduos para dentro de casa? Como estamos nos comportando dentro de casa? Falando exclusivamente dentro do ambiente familiar, como você se comporta? Você debocha? Faz piada de tudo? Menospreza? Só faz críticas? Na sua visão, os outros só fazem coisas erradas? Você condena qualquer atitude dentro da família? Fala somente aos gritos? Fala palavrões? Fala seriamente mas com sorriso sarcástico? Quem é você? Como você se expressa junto aos seus familiares?

Lidamos com pessoas mais sensíveis, com “pavio curto” ou outras que nem pavio tem. Nosso comportamento, nosso temperamento vai gerar o comportamento no outro. Esse ambiente fala de sentimento, de emoções e possibilita a infiltração destes espíritos menos esclarecidos.

E como eles investem na nossa queda dentro de casa?

Nas nossas fragilidades, no gesto infeliz de nossa parte, na vivência de comportamentos incorretos que sabemos que é errado, mas que depois de uma briga e desentendimento cometemos.

Na fragilidade do vício do álcool ou droga, violência doméstica, problemas financeiros por vícios de consumo. O gesto em falso às vezes vai provocar estas situações dentro de casa.

A responsabilidade

Na obra Sexo e Destino, André Luiz nos traz pela psicografia de Francisco Candido Xavier, que chega em uma casa onde o casal está na mesa. O ambiente está tenso. O casal vem brigando muito e passa por problemas financeiros. A criança pequena está comendo e naquele ambiente fluídico conturbado, um espírito estava lá para provocar. Queria a separação do casal, queria mais briga e então deixa a criança agitada. A criança bate no copo que derrama sobre a mesa e sobre o prato.

É uma cena muito comum com crianças pequenas. Mas o que aconteceu neste caso? O pai estourou, ficou bravo, brigou com a mãe, saiu de casa e não voltou. O espírito deu risada porque havia uma fragilidade ali e a criança foi o instrumento para provocar mais desarmonia dentro daquela casa.

Os espíritos pouco fazem. Eles dão sugestão, dão ideias. Eles não criam situações, eles ampliam o que já existe. Eles ampliam situações oferecidas por nós.

A paz interior, a paz no ambiente familiar é de responsabilidade de cada membro.

O objetivo das influências espirituais

As influências podem vir do passado. Pelo sentimento de vingança que provocamos em algum momento, mas também uma gama imensa de pessoas que morreram e estão ao nosso redor, sofrendo, perdidas, não sabendo que desencarnaram, ou desesperadas porque perderam o corpo físico e são atraídas pelo padrão de pensamento que emitimos, relacionado a desordem, à discórdia. Eles se alimentam disso e inconscientemente, se agregam no sentimento da nossa casa provocando doenças.

Muitas vezes as crianças adoecem, não dormem, têm pesadelos, por conta desta psicosfera doentia da nossa casa. Essa psicosfera é alimentada pelas nossas emoções, seja de raiva, inveja, ciúme, despeito, mágoa e acrescentada por essas entidades que passam a conviver conosco, se alimentando destes sentimentos e vivências infelizes.

A regra áurea, “faça aos outros o que gostarias que os outros fizessem por você”, que Jesus também nos trouxe, pode ser usada por todos nós dentro de casa. Não é um estranho. E não é porque é da nossa família que pensam igual a nós ou que não devemos tratar bem. Pelo contrário, devemos tratar todas as pessoas igual, com respeito, sejam elas estranhas ou não, pois acima de todo relacionamento, somos filhos de Deus, somos irmãos.

Raul Teixeira faz alguns questionamentos:

  • Como você gostaria de ser tratado pelos membros da sua casa?
  • O que você gostaria de ouvir destas pessoas?
  • O que você não gostaria de ouvir delas?

Esta deve ser a nossa vivência dentro de casa, estabelecendo respeito recíproco. Cada um marcando seu papel a fim de não ferir o outro e não desabonar, não menosprezar os sentimentos e as dificuldades do outro.

As diferenças precisam ser conversadas e esclarecidas, mas sempre com respeito e com sentimento de que é minha família e o lugar em que devemos buscar a vivência do amor. A nuvem de testemunhos nos cercam. Temos muitos espíritos que estão nos ajudando, mas quem nós estamos acolhendo dentro do nosso coração e dentro da nossa casa?

Fica aqui uma pergunta para reflexão:

Apesar da caminhada ser em conjunto, a responsabilidade é individual. Portanto, qual a sua proposta real de vivência para dentro da sua casa?

O amor no lar

Quando o amor verdadeiro adentra o lar, ilumina a família e torna-se possível a materialização da boa vontade, do espírito de cooperação, do entusiasmo com a vitória do outro na participação das lutas comuns.

O amor, entronizado no coração dos que amam, não padece de interesses mesquinhos, renuncia quando sabe que, assim, poderá melhor auxiliar.

O amor superior, no seio doméstico, sabe calar para apaziguar infrutíferas querelas ou consegue falar para esclarecer e enlevar, construir e abençoar.

Só no amor, como o apresentou Jesus, os rebentos receberão dos pais a orientação para a vida, como segurança e fidelidade ao verdadeiro bem.

E, com esse mesmo amor, na pauta familiar, os filhos se aperceberão que seus genitores são importantes vigilantes do criador, cuidando dos próprios irmãos, convertidos, temporariamente, em filhos da carne, a fim de que todos sejam alinhados nas hostes renovadoras por todos desejadas.

A partir desses exercícios de amor e dessa busca feliz, a alma do grupo familiar se distenderá, a fim de que consiga estender os braços, com altruísmo, para abraçar junto a si a família maior que Deus nos concede para o convívio social.

— Livro “Vereda familiar” de J. Raul Teixeira pelo Espírito Thereza de Brito.

Vamos nos empenhar para defender este reino sagrado que é o Reino da Família.

Acompanhe agora na íntegra a mensagem do episódio de Conversando sobre Espiritismo

*Colaborou para esta publicação: Débora Hemkemeier.

**Imagem em destaque via Pexels.com.

Categorias: Notícias

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