Na doutrinária em homenagem ao Dia das Mães, a palestrante Ilani Nunes abre sua exposição trazendo atenção à mensagem, que é sobre as mães porém destinada a todos. “Temos a convicção e o sentimento de que a Doutrina Espírita é a doutrina de acolhimento,” diz a palestrante. “Na Doutrina Espírita vigora o mais absoluto respeito à diversidade humana, cabendo aos espíritas cooperar para o progresso da humanidade, exercendo a caridade em seu mais amplo sentido.”

A importância das mães está na oportunidade da vida e de novas encarnações a todos nós. “O dever de cada um de nós que estamos na Terra é agradecer às mães que nos deram a vida, que nos trouxeram para habitar o planeta,” afirma Ilani. “Quando estávamos no mundo espiritual nos encontramos necessitados de chegar ao planeta e reencarnar, saímos a procurar alguém que nos aceitasse para que pudéssemos encarnar. Em quantos lugares pedimos e em quantos recebemos ‘não’. E eis que nossas mães nos aceitaram” conta a palestrante. E através de nossas mães pudemos estar aqui, mais uma vez encarnados.  

Lenda sobre As Mães

Na mensagem intitulada “Bênção do Céu”, o Espírito Maria Dolores nos relata através da psicografia de Francisco Candido Xavier, magnífica lenda sobre o aparecimento das Mães.

Conta uma lenda antiga que o Senhor
Veio à Terra formada, certo dia…
Com tamanhos recursos ao dispor,
O Planeta sentia
Necessidade de instrução e amor.
Espíritos humanos, aos milhares,
Vagueavam sonâmbulos no solo;
E embora sob a luz dos gênios tutelares,
Do campo imenso ao íntimo dos mares
Viviam em distúrbio, pólo a pólo.
Faltava a ordem para os elementos,
Mas o Senhor agindo com presteza,
Fez a organização da Natureza,
A envolver toda a Terra na grandeza
Dos seus altos e sábios pensamentos.|
Coube ao Sol a missão de sustentar a vida,
Atravessando alturas sem vencê-las;
E, para refazer cada existência em lida,
A noite recebeu a paz indefinida,
Asserenando o mundo ao clarão das estrelas.
Foi entregue o limite às linhas do horizonte,
As árvores florindo em campo aberto
Deram-se à produção de valores em monte;
Depois, encarregou-se a bondade da fonte
De fecundar o chão e amparar o deserto.
A ovelha improvisou os fios de agasalho,
Reclamou-se da abelha o favo suculento,
Inventou-se a bigorna para o malho,
Tudo era disciplina, harmonia e trabalho
Que o Senhor dirigia calmo e atento.
Mas os seres dotados de razão
Espalharam-se em grupos sobre a Terra…
Inteligências sob o orgulho vão,
Separaram-se em muros de ambição
E criaram a dor, a violência e a guerra.
Vendo o ódio a crescer, de segundo a segundo,
O Senhor os guiou à experiência nova;
Deu-lhes doce prisão em corpos sobre o mundo,
Para terem, por si, a paz do amor profundo
Pelas tribulações e lágrimas da prova.
Notando-lhes, porém, as blasfêmias e os brados
De sofrimento e desesperação,
Viu que na condição de seres encarnados,
Quase todos espíritos culpados,
Exigiam carinho e proteção.
Quem seria capaz de tamanha bravura?
Doar-se sem pedir? Amparar sem prender?
Quem seria, afinal? Onde a criatura,
Cuja afeição se erguesse, até mesmo à loucura,
Achando a luz no caos, a sorrir e a sofrer?

O Senhor meditou, meditou… Em seguida,
Separou certa jovem dentre os réus,
Revestiu-a do amor sem sombra e sem medida…
A primeira mulher se fez mãe para a vida
E o homem se acalmou ante a bênção do Céu.
— Livro: Os dois maiores amores, capítulo 13 (grifo nosso).

E assim, Deus teria criado aquela que iria receber e conduzir os Seus filhos, na senda do progresso, rumo a perfeição moral, a qual todos nós estamos destinados.

Ministério Santificante da Maternidade

Emmanuel em uma significativa mensagem diz que Deus entrega os Seus filhos à mãe, nove meses antes que qualquer outra pessoa possa vê-los.

“Honrarás pai e mãe” — a Lei determina. Não te esquecerás, porém, de que nove meses antes que os outros te vissem a face, a tua presença na Terra era um segredo da vida, entre o devotamento e o Mundo Espiritual.
(…) Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas particularmente a ela que transfigurou em força a própria fraqueza, a fim de preservar-te.
(…) Muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor, que nada via senão a ti, entretanto, compreenderás que ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de modo a esquecer-se e suportar-te as necessidades, até que lhe pudesses dispensar, de todo, o carinho.
(…) Se motivos humanos a distanciam, hoje de ti, que isso aconteça tão só na superfície das circunstâncias, nunca nos domínios da alma, porque, através dos fios ocultos do pensamento, sentir-lhe-ás os braços, sustentando-te as esperanças e abençoando-te as horas.
(…) Nunca ferirás tua mãe. Ainda quando o discernimento te coloque em posição diversa, em matéria de opinião. Porque ela se tenha habituado a interpretação diferente do mundo, não lhe dilaceres a confiança com apontamentos intempestivos e espera, com paciência, que o tempo lhe descortine novos horizontes; relativamente à verdade.
— Livro: Os dois maiores amores, capítulo 2.

Emmanuel também aconselha:

Glorifiquemos, desse modo, o ministério santificante da maternidade na Terra, recordando que o Todo-Misericordioso, quando se dignou enviar ao mundo o seu mais sublime legado para o aperfeiçoamento e a elevação dos homens, chamou um coração de mulher, em Maria Santíssima, e, através das suas mãos devotadas à humildade e ao bem, à renunciação e ao sacrifício, materializou para nós o coração divino de Nosso Senhor Jesus-Cristo, a luz de todos os séculos e o alvo de redenção da Humanidade inteira.
— Livro: Cartas do Coração, capítulo 29.

Maria de Nazaré, mãe de Jesus, e mães do mundo

Francisco Candido Xavier nos ensina que:

Nós vemos a consideração que o nosso Pai Eterno dispensou à mulher.  Quando a Providência Divina, por suas Leis, decidiu enviar à Terra o maior tesouro da vida humana de todos os séculos, Nosso Senhor Jesus Cristo, não mandou chamar os césares romanos ou os filósofos gregos, nem as autoridades que comandavam os poderes econômicos do mundo ou as que se mostravam na liderança da inteligência; buscou uma jovem obscura e simples, conquanto admirável em sua pureza, aquela que nós todos, na Cristandade, reverenciamos como sendo Mãe Santíssima e que, em seu tempo, não era senão singela menina e moça que o mundo conheceu por Maria de Nazaré.
Vamos orar, vamos pedir a Deus que nos ajude, que nos inspire e que dê à mãe brasileira este espírito de heroísmo no lar, de sacrifício silencioso, de renunciação em favor da família evangélica, porque nós sabemos que os outros povos vão precisar do padrão de vivência no Brasil, num futuro próximo ou remoto.
(…) A isso nos referimos para destacar o imenso, o profundo papel da mulher na civilização cristã de todos os tempos. Dela, devemos aguardar a maior parcela da educação e reeducação de nossos sentimentos para uma vida melhor, a este propósito, observando a necessidade da sublimação do sentimento no mundo, sublimação que apenas atingiremos no sentido coletivo, com o apoio da mulher, seja na condição de mãe, esposa, educadora, irmã ou missionária do bem…
— Livro: O Evangelho de Chico Xavier, capítulos 78 a 82.

Na mensagem de Humberto de Campos intitulada “Maio” podemos notar a movimentação do Plano Espiritual no atendimento as súplicas e preces, endereçadas à Mãe de Jesus, representando todas as Mães do Mundo.

As comemorações terrestres muitas vezes têm no Espaço o seu eco suave e doce. Os mortos frequentemente se reúnem aos vivos, nas suas lágrimas ou nas suas glorificações. Quando as luzes e os perfumes de Maio banham os dois hemisférios onde se agita a cristandade, com as suas várias famílias evangélicas, as preces da Terra misturam-se com as vibrações do Céu, em homenagem à Mãe do Salvador, no trono de sua virtude e de sua glória.  Se o planeta da lágrima se povoa de orações e de flores, há roseiras estranhas florindo nas estradas prodigiosas do paraíso, nos altares iluminados de outra natureza, e Maria, sob o dossel de suas graças divinas, sorri piedosamente para os deserdados do mundo e para os infelizes dos Espaços, derramando sobre os seus corações as flores preciosas de sua consolação.
Na Terra, as suas bênçãos desabotoam a palma da esperança, no ânimo dos tristes e dos abatidos; no Além, as vibrações do seu amor confortam o coração dos desesperados, entornando sobre eles o cântaro de mel da sua infinita misericórdia.
Foi assim que a voz de Jeziel, anjo mensageiro da sua piedade, nos acordou:
— “Hoje — disse-nos com a sua palavra tocada de suave magnetismo —, o paraíso abre suas portas douradas para receber todas as súplicas, vindas da Terra longínqua… Dos altares terrestres e dos corações que se desfazem nas ânsias cristãs, no planeta das sombras, eleva-se uma onda de amor, em volutas divinas e a Rosa de Nazaré estende aos sofredores o seu manto divino, constelado de todas as virtudes… Celina já partiu para as vastidões escuras do planeta das lágrimas, a fim de repartir as bênçãos carinhosas da Mãe de Jesus com todos aqueles que têm pago ao Céu os mais largos tributos, em prantos e rogativas, nos caminhos espinhosos das penas terrestres. Mas a Senhora dos Anjos não vos poderia esquecer e mandou-me anotar as solicitações dos vossos Espíritos, a fim de que as vossas esperanças alcançassem guarida no seu coração maternal.”
— Livro: Novas mensagens, capítulo 13.

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

* Colaborou para esta publicação: Marli Giarola Fragoso.
** Imagem em destaque via Pexels.

Categorias: Notícias

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