O palestrante Osmar Ramos, do Centro Espírita Adolfo Bezerra de Menezes, localizado no bairro Agronômica, em Florianópolis, pautou suas reflexões na mensagem “Exercício do Bem”, contida na obra Livro da Esperança, de autoria espiritual de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Exercício do bem

Mas ajuntai tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam e nem roubam. Jesus (Mateus, 6: 20)

A mensagem começa com este ensinamento de Jesus, que nos mostra aquilo que podemos apresentar no mundo espiritual, ou seja, o bem que se faz por amor ao próximo.

Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos. Toda a eterna felicidade se contém nesse preceito: Amai-vos uns aos outros.

São Vicente de Paula – ESE (Cap. 13, Item 12)

Esta é mais uma citação, ao início da mensagem em análise, reforçando a ideia de que a nossa felicidade encontra-se no bem realizado em favor do nossos irmãos de caminhada.

O bem em como agimos

O benfeitor Emmanuel nos alerta para o fato de que estamos sempre à procura de desculpas como pretexto para recusar o exercício do bem e que não ignoramos a necessidade de agir e servir, porém nos instalamos em nosso egoísmo para permanecer na inércia e na indiferença. Estas atitudes são comuns quando: confessamo-nos incompetentes, alegamos cansaço, afirmamo-nos sem tempo, declaramo-nos enfermos, reclamamos cooperação. Também lançamos uso de expressões que justifiquem a nossa fuga : “muito difícil”, “melhor esperar”, “vamos ver”, e apesar de estarmos bem intencionados, Emmanuel nos alerta que não estamos com vontade de realizar o trabalho.

Necessidade de despertarmos para o bem

Neste segundo momento da mensagem, somos chamados a despertar para nossa responsabilidade, para que, no futuro, não aleguemos ignorância.

Na maioria das vezes, para o bem exigimos o atendimento a preceitos e cálculos, enquanto que para o mal apenas de raro em raro imaginamos consequências.

Julgamos o nosso próximo quando nos pede auxílio, analisando se não estamos sendo enganados e em contrapartida, raramente analisamos uma atitude nossa que possa ser injusta frente ao que acreditamos ser “correto”.

Entretanto, o conhecimento, do bem para que o bem se realize é de tamanha importância que o apóstolo Tiago afirma no versículo 17 do capítulo 4 de sua carta, no Evangelho “Todo aquele que sabe fazer o bem e não o fez comete falta”.

E traz ainda os ensinamentos dos desencarnados, no Livro dos Espíritos, questão 642:

Cumpre ao homem fazer o bem, no limite das suas forças, porquanto responderá pelo mal que resulte de não haver praticado o bem.

Emmanuel nos lembra ainda que a Doutrina Espírita nos esclarece que responderemos não só pelo mal que houvermos feito, mas também pelo bem que não fizermos em decorrência do nosso comodismo.

O que é o bem

Na questão 630 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos espíritos como podemos distinguir o bem do mal:

“O bem é tudo o que é conforme a Lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la.”

Trazendo ainda o respaldo das obras básicas, o palestrante cita mais duas perguntas de O Livro dos Espíritos:

631. Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal? R : “Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro.”

632. Estando sujeito ao erro, não pode o homem enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que pratica o bem quando em realidade pratica o mal?

R:“Jesus disse: vede o que queríeis que vos fizessem ou não vos fizessem. Tudo se resume nisso. Não vos enganareis.”

Nesta mesma obra, os espíritos benfeitores nos ensinam que todos nós, espíritos criados simples e ignorantes, vamos nos melhorando, pelo nosso próprio esforço, passando de uma ordem inferior a uma ordem superior, na escala espiritual.

No capítulo III de A Gênese, Kardec trata sobre a classificação dos mundos, e no Mundo de Expiações e Provas, onde ainda transitamos, o mal ainda predomina e a nós cabe aprender, praticar, evoluir e cada vez mais nos distanciar do mal.

Sendo instrumentos do bem

Cada filho de Deus recebe ou doa o auxílio que lhe for atribuído pelo Pai, portanto cabe a nós entendermos quando podemos ser um instrumento do bem. Faz parte da Justiça Divina auxiliar ou ser auxiliado e quando temos a oportunidade de servir, não podemos desperdiçá-la.

Todos podemos participar da construção do bem em nós mesmos ou pelo outro, atendendo desta forma à orientação de Jesus quando disse:

Quem não está comigo, está contra mim, e quem não ajunta comigo, dispersa. (Mateus 12:30)

Oportunidades de exercer o bem

As oportunidades para a prática do bem nos são apresentadas de inúmeras formas, quando temos “olhos de ver e ouvidos de ouvir”. Podemos ser o abraço que conforta, o ouvido paciente, a mão que se estende, o braço que sustenta o peso para alguém, o coração que acolhe a dor, os olhos que procuram onde está o sofrimento, as mãos que preparam o alimento, a consciência que cuida da natureza, o irmão que perdoa o equívoco do outro e enxerga a beleza.

Acompanhe na íntegra a palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Sandra Lemos.

**Imagem de capa: Pixabay via Pexels.

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