Em palestra transmitida pelos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, o expositor Pedro Paulo Amorim nos trouxe como a Doutrina Espírita compreende as questões da família ampliando a visão para além dos laços materiais, envolvendo a vida espiritual e a reencarnação.

Falar de família é também falar sobre a nossa sociedade, e falar nesse assunto nos remete ao Capítulo VII da 3ª parte de O Livro dos Espíritos, ou seja, sobre a Lei de Sociedade, uma das dez leis morais apresentada por Kardec.

Conforme vemos na questão 766 de O Livro dos Espíritos a vida social é natural. Deus criou o ser humano para viver em sociedade, pois não teria o menor sentido Deus capacitar o ser humano com a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação, para ele no fim viver isoladamente.

Portanto, como todos nós sabemos a vida em família é à base da nossa sociedade. Mesmo que o conceito de família tenha variado bastante ao longo da história humana, ela ainda é e será a base da nossa vida ainda por muitos e muitos anos.

Família e parentela

Os laços do sangue não criam forçosamente os laços entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, uma vez que o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai e a mãe quem criam o Espírito de seus filhos. Eles apenas fornecem o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral dos filhos, para fazê-los progredir.

Os que encarnam no interior de uma família, principalmente como parentes próximos, são, na maioria das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por relações anteriores, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros, ou ainda afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os laços de sangue os verdadeiros laços de família, e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.

O que é a Reencarnação

Encarnar, para os que seguem a Doutrina Espírita, refere-se ao primeiro nascimento do Espírito em um corpo físico, ou em determinada Humanidade. Reencarnar diz respeito aos renascimentos sucessivos do Espírito, em um mesmo Planeta ou em outros.

Podemos apontar a reencarnação como a maior demonstração do amor e da compaixão de Deus para conosco. Para muitos a reencarnação seria um grande transtorno para a formação da família, pois ao vivermos diversas vezes teríamos ao longo do tempo diversas mães, muitos pais, irmãos e irmãs e assim por diante. Dessa forma, tudo seria muito confuso. Acontece que os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados.

Reencarnação na família

Na erraticidade, os Espíritos formam grupos ou famílias unidos pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Felizes por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas os separa momentaneamente, porque, ao regressarem à erraticidade, reúnem-se novamente como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, seguem juntos na mesma encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem pelo seu mútuo adiantamento. 

Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam, através das intuições, durante os sonhos e as emancipações dos espíritos durante o sono, por exemplo.

Assim, podemos concluir que há duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Dessa forma os que defendem a ideia da reencarnação defendem a permanência da família, ao contrário da corrente de pensamento que advoga a ideia do céu ou inferno como o destino final dos seres humanos. Assim sendo, segundo o destino que cabe a cada um, jamais poderão se reencontrar. Quem vai para o céu não pode ir ao inferno e vice e versa…

Na questão 203 de O Livro dos Espíritos, Kardec indagou aos imortais se os pais transmitem aos filhos uma porção de sua alma, ou nada mais fazem do que lhes dar a vida animal, a que uma nova alma vem juntar depois a vida moral?

Os espíritos responderam que somente a vida animal, porque a alma é indivisível. Um pai ignorante pode ter filhos inteligentes, e vice-versa. O corpo descende do corpo, mas o espírito não descende do espírito, a origem do espírito é Deus e ainda não sabemos como ele faz nem o porquê o faz. Por enquanto sabemos apenas que Deus é o autor da obra, que Deus é o autor de tudo o que há no universo. Um efeito inteligente possui uma causa inteligente.

Já na questão 205-a, Kardec perguntou se a reencarnação: diminui, entretanto, a importância que alguns atribuem à filiação, porque se pode ter tido como pai um Espírito que pertencia a uma outra raça, ou que tivesse vivido em condição bem diversa.

Os espíritos mais uma vez responderam ao codificador que: É verdade; mas essa importância se baseia no orgulho. O que a maioria honra nos antepassados são os títulos, a classe, a fortuna. Este coraria de haver tido por avô um operário honesto, e se vangloria de descender de um rico debochado. Mas digam ou façam o que quiserem, não impedirão que as coisas sejam como são, porque Deus não regulou as leis da Natureza pela nossa vaidade.

Assim, como observamos mais uma vez: As Leis de Deus não se submetem aos nossos caprichos. São imutáveis, justas e amorosas como o seu criador. Portanto, sendo Deus a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas, podemos ter a certeza da exatidão se suas leis e do infinito amor por toda a sua criação.

Assim sendo, meus irmãos a recomendação é: LEIA Kardec, ESTUDE Kardec, MEDITE Kardec… & Entenda Jesus, o Cristo!

Paz e Bem.

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Pedro Paulo Amorim.
**Imagem em destaque via pexels.com

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