Com depoimentos e considera\u00e7\u00f5es de Haroldo Dutra, Rossandro Klinjey, Saulo Silva e Severino Celestino, al\u00e9m de trechos com dramatiza\u00e7\u00f5es que mostram a condi\u00e7\u00e3o de alguns Esp\u00edritos ap\u00f3s a morte do corpo f\u00edsico, o document\u00e1rio traz uma an\u00e1lise hist\u00f3rica sobre as diferentes cren\u00e7as de c\u00e9u, inferno, anjos, dem\u00f4nios, puni\u00e7\u00f5es e recompensas depois da morte.<\/p>\n
Elisa nos leva a refletir que, como sociedade humana, gostamos de usar estere\u00f3tipos e extremos para explicar o universo: Dia e noite; Bem e mal; Preto e branco. Baseado nessa simplifica\u00e7\u00e3o dicot\u00f4mica do mundo, criou-se tamb\u00e9m uma simplifica\u00e7\u00e3o do que viria depois da experi\u00eancia f\u00edsica. Em outras palavras, o C\u00e9u e o Inferno.<\/p>\n
No entanto, a vis\u00e3o de um Deus justo e bom que condenaria seus filhos ao inferno eterno n\u00e3o \u00e9 conceb\u00edvel na vis\u00e3o esp\u00edrita. Por isso, a palavra C\u00e9u no espiritismo n\u00e3o deve ser entendida no singular, mas sim no plural, como podemos observar no livro do G\u00eanesis:<\/p>\n
“No princ\u00edpio criou Deus os c\u00e9us e a terra.” (G\u00eanesis 1:1)<\/p><\/blockquote>\n
A vis\u00e3o hist\u00f3rica de C\u00e9u e Inferno<\/h2>\n
Ainda, a palestrante nos leva a uma reflex\u00e3o relacionada com a vis\u00e3o do C\u00e9u e do inferno ao longo do tempo.<\/p>\n
Na idade M\u00e9dia, as pessoas que viviam na riqueza, nos castelos, queriam um c\u00e9u que representava a continua\u00e7\u00e3o dessa vida, com jardins e riquezas, enquanto os pobres escravizados queriam pelo menos na morte ir para o lugar que pudesse ser semelhante ao castelo dos reis.<\/p>\n
Dessa forma, a concep\u00e7\u00e3o de um c\u00e9u paradis\u00edaco tem um objetivo: fazer uma promessa de que por um esfor\u00e7o ou sacrif\u00edcio voc\u00ea ter\u00e1 uma coisa boa depois.<\/p>\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao inferno, o que influenciou muito a vis\u00e3o coletiva de inferno foi uma obra de Dante Alighieri, chamada Divina Com\u00e9dia. No imagin\u00e1rio popular da civiliza\u00e7\u00e3o ocidental, as pessoas n\u00e3o conseguem imaginar algo muito diferente do que est\u00e1 naquela obra. E parece que esses aspectos permanecem no inconsciente, afinal se n\u00e3o \u00e9ramos n\u00f3s mesmos que est\u00e1vamos l\u00e1 naquela \u00e9poca,\u00a0em outro momento encarnat\u00f3rio?<\/p>\n
O C\u00e9u e o Inferno interiores<\/h2>\n
Na obra, Kardec traz um novo conceito relacionado ao C\u00e9u e ao Inferno, n\u00e3o considerando mais esses conceitos como sendo regi\u00f5es geogr\u00e1ficas.<\/p>\n
A Doutrina Esp\u00edrita nos mostra um cosmos, uma cria\u00e7\u00e3o que \u00e9 ordenada e organizada, em que todas as pe\u00e7as se entrela\u00e7am. Quando nos libertamos da indument\u00e1ria material, exalamos o que trazemos dentro do cora\u00e7\u00e3o, externalizamos isso com uma for\u00e7a muito grande. E isso vai nos encaminhar a locais com outras criaturas que pensam, sentem e vibram na mesma sintonia.<\/p>\n
As regi\u00f5es espirituais v\u00e3o desde ambientes muito semelhantes ou piores do que a Terra, at\u00e9 ambientes que nem mesmo a nossa imagina\u00e7\u00e3o \u00e9 capaz de conceber, tamanho estado de adiantamento intelectual ou emocional dos esp\u00edritos que habitam essas localidades.<\/p>\n
Dessa forma, o c\u00e9u e o inferno s\u00e3o condi\u00e7\u00f5es \u00edntimas. N\u00f3s podemos hoje desenvolver uma condi\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica de sofrimento e escolhas t\u00e3o infelizes que vamos nos colocar na condi\u00e7\u00e3o infernal durante a\u00a0pr\u00f3pria vida. N\u00e3o existe um lugar de condena\u00e7\u00e3o ou de gozo eterno.<\/p>\n
Existe um pai que muito nos ama, que nos permite a partir da repeti\u00e7\u00e3o das exist\u00eancias, aperfei\u00e7oamento lento e gradual mas disciplinado, l\u00f3gico, transitando de escolhas infantis e equivocadas para escolhas mais maduras.\u00a0<\/strong><\/p>\nInferno n\u00e3o \u00e9 um local para onde as pessoas v\u00e3o, \u00e9 um local com o qual elas se sintonizam em determinado momento. O Inferno \u00e9 o que escolhemos ou n\u00e3o construir dentro de n\u00f3s. Na vis\u00e3o esp\u00edrita o inferno \u00e9 um grande espelho que retrata aquilo que j\u00e1 est\u00e1 dentro da criatura.<\/p>\n
Resgates espirituais<\/h2>\n
A grande contribui\u00e7\u00e3o do paradigma esp\u00edrita nesse assunto do c\u00e9u e inferno \u00e9 mostrar a solidariedade entre as esferas. As regi\u00f5es mais felizes ou menos felizes est\u00e3o num plano de solidariedade.<\/p>\n
Os que j\u00e1 habitam as regi\u00f5es superiores mais felizes est\u00e3o 100% comprometidos com o resgate e a regenera\u00e7\u00e3o dos que est\u00e3o nas regi\u00f5es de maiores sofrimentos. Ao contr\u00e1rio do que se imagina, as regi\u00f5es infernais de maior sofrimento, est\u00e3o repletas de m\u00e3es, pais amorosos, de esposas amorosas que muitas vezes est\u00e3o ali paira resgatar seus entes queridos, aguardando que as criaturas mudem de atitude mental para que elas possam atuar.<\/p>\n
J\u00e1 nos afirmava Jesus:<\/p>\n
“Digo-vos que assim haver\u00e1 alegria no c\u00e9u por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que n\u00e3o necessitam de arrependimento.” (Lc 15:7)<\/p><\/blockquote>\n
Assim, para a Doutrina Esp\u00edrita n\u00e3o existem penas eternas. Isso n\u00e3o significa que n\u00e3o sejamos respons\u00e1veis pelas nossas a\u00e7\u00f5es e que n\u00e3o iremos colher o que plantamos (Lei de causa e efeito). Reajusta o delito com a pena. Se o delito n\u00e3o \u00e9 eterno a pena tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 eterna.<\/p>\n
Autoconhecimento<\/h2>\n
Com o conceito \u00edntimo do c\u00e9u e do inferno, a palestrante nos convida \u00e0 uma reflex\u00e3o relacionada ao autoconhecimento.<\/p>\n
Considerando que para onde vamos depois da morte, \u00e9 simplesmente um reflexo do que j\u00e1 vivemos por dentro, devemos come\u00e7ar a nos conhecer e come\u00e7ar a mudar o mundo existente dentro de n\u00f3s. O trabalho da reforma \u00edntima deve ser realizado para que n\u00e3o sejamos surpreendidos por n\u00f3s mesmos. Levamos nosso c\u00e9u e o nosso inferno para onde formos.<\/p>\n
C\u00f3digo penal da Vida Futura<\/h2>\n
A palestrante, ainda, relata que a obra O C\u00e9u e o Inferno<\/em>\u00a0apresenta um c\u00f3digo penal para a vida futura. Esse c\u00f3digo n\u00e3o vem punir, mas sim, nos educar e, sobretudo, para regenerar, com amor e paci\u00eancia.<\/p>\nAcompanhe a \u00edntegra da palestra que inspirou esta publica\u00e7\u00e3o:<\/strong><\/p>\n