{"id":5961,"date":"2021-08-19T23:10:17","date_gmt":"2021-08-20T01:10:17","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aefc.org.br\/?p=5961"},"modified":"2021-08-19T23:10:27","modified_gmt":"2021-08-20T01:10:27","slug":"jesus-e-tolerancia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/www.aefc.org.br\/jesus-e-tolerancia\/","title":{"rendered":"Jesus e Toler\u00e2ncia"},"content":{"rendered":"

Continuando a s\u00e9rie de palestras sobre o primeiro livro da s\u00e9rie psicol\u00f3gica de Joanna de \u00c2ngelis, a expositora Carla Ribeiro trouxe o tema Jesus e Toler\u00e2ncia <\/em>para uma apresenta\u00e7\u00e3o nos canais digitais da Associa\u00e7\u00e3o Esp\u00edrita F\u00e9 e Caridade<\/a>.<\/p>\n

O tema toler\u00e2ncia est\u00e1 presente no contexto atual quando se trata de temas muito importantes, como racismo, a quest\u00e3o LGBTQ+, diferentes cren\u00e7as. “No entanto, o que Joanna nos traz nesse cap\u00edtulo n\u00e3o \u00e9 apenas o aspecto de que temos que tolerar a diferen\u00e7a, ser tolerantes perante o diferente, aceitar e entender. N\u00e3o \u00e9 nesse sentido. Ela traz a toler\u00e2ncia mediante o julgamento que fazemos do outro”, esclarece Carla.\u00a0<\/p>\n

Psicologia profunda<\/h2>\n

Em termos de psicologia profunda, a quest\u00e3o do julgamento das faltas alheias constitui um grave cometimento de desumanidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0quele que erra.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

Carla Ribeiro traz o conceito de psicologia profunda,<\/em> que analisa o ser imortal como um todo e n\u00e3o somente a personalidade encarnada. “\u00c9 comum a gente lembrar daquela imagem do iceberg, em que h\u00e1 uma ponta pequena para fora da \u00e1gua mas a maior por\u00e7\u00e3o est\u00e1 submersa. Nossa encarna\u00e7\u00e3o atual \u00e9 essa pequena ponta vis\u00edvel do iceberg,” explica a palestrante.\u00a0<\/p>\n

A maior parte de n\u00f3s est\u00e1 submersa, presente no subconciente, carregando nossas mem\u00f3rias, viv\u00eancias e aprendizagens que ficam esquecidas e adormecidas. Mesmo adormecida, essa bagagem n\u00e3o est\u00e1 desativada. Por vezes h\u00e1 situa\u00e7\u00f5es que lan\u00e7am luzes nesses acontecimentos do passado e os atualizam.<\/p>\n

Julgamento e intoler\u00e2ncia<\/h2>\n

O problema do pecado pertence a quem o pratica, que se encontra, a partir da\u00ed, incurso em doloroso processo de autoflagela\u00e7\u00e3o, buscando, mesmo que inconscientemente, liberar-se da falta que lhe pesa como culpa na economia da consci\u00eancia.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

Segundo Carla, Joanna neste trecho est\u00e1 nos trazendo que n\u00e3o somos respons\u00e1veis e n\u00e3o devemos julgar o problema do outro. A a\u00e7\u00e3o, o erro e a falta s\u00e3o problemas de quem os cometem. Fica marcado na conci\u00eancia pelo registro da Lei de Deus e a pessoa que comete algum desvio sabe.<\/p>\n

“Quando voc\u00ea mente para algu\u00e9m, voc\u00ea conhece a verdade. Esse registro fica em voc\u00ea e voc\u00ea se sente culpado porque voc\u00ea conhece a verdade. Quem ouve a mentira a toma como verdade, por n\u00e3o ter o conhecimento que \u00e9 uma mentira. Mas quem mente sabe que \u00e9 uma mentira e sente a culpa. Eventualmente a verdade vem \u00e0 tona. Julgamos a n\u00f3s mesmos a partir do momento em que erramos,” exemplifica a palestrante.<\/p>\n

A culpa \u00e9 sombra perturbadora na personalidade, respons\u00e1vel por enfermidades soezes, causadoras de desgra\u00e7as de v\u00e1ria ordem. Insculpida nos pain\u00e9is profundos da individualidade, programa, por automatismos, os processos reparadores para si mesma.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

A culpa \u00e9 geradora de doen\u00e7as porque ficamos com o indicativo de nossa conci\u00eancia de que cometemos um erro. Automaticamente o ser que errou busca reparar.<\/p>\n

Toda contribui\u00e7\u00e3o de impiedade, mediante os julgamentos arbitr\u00e1rios, gera, por sua vez, mecanismos de futura afli\u00e7\u00e3o para o acusador, ele pr\u00f3prio uma consci\u00eancia sob o peso de v\u00e1rios problemas. Julgando as a\u00e7\u00f5es que considera incorretas no seu pr\u00f3ximo, realiza um fen\u00f4meno de proje\u00e7\u00e3o da sua sombra em forma de autojustifica\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o consegue libert\u00e1-lo do impositivo das suas pr\u00f3prias mazelas.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

O julgamento que emitimos \u00e9 uma busca para nos justificarmos, em nossa capacidade de cometer erros. \u00c9 uma forma de desviarmos de n\u00f3s mesmos para olhar o outro. “Em vez de perder tempo julgando o outro, eu poderia usar esse tempo para me autoconhecer, e buscar acertar em vez de errar. Tentar entender porque tive determinadas condutas para n\u00e3o repeti-las,” convida a expositora.\u00a0<\/p>\n

Lei de igualdade<\/h2>\n

Em O Livro dos Esp\u00edritos, estudamos a partir da quest\u00e3o 803 a Lei de Igualdade<\/em>.\u00a0<\/p>\n

822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais tamb\u00e9m perante as leis humanas?
\u201cO primeiro princ\u00edpio de justi\u00e7a \u00e9 este: N\u00e3o fa\u00e7ais aos outros o que n\u00e3o querer\u00edeis que vos fizessem\u201d.
— O Livro dos Esp\u00edritos.<\/p><\/blockquote>\n

A partir desse racioc\u00ednio, Joanna discorre:<\/p>\n

Jesus sempre foi severo na educa\u00e7\u00e3o dos julgadores da conduta alheia. (…) <\/strong>O Mestre estabeleceu a formosa imagem do homem que tem uma trave dificultando-lhe a vis\u00e3o, e no entanto v\u00ea o cisco no olho do seu pr\u00f3ximo. (…) Tem compaix\u00e3o de quem cai. A consci\u00eancia dele ser\u00e1 o seu juiz. Ajuda aquele que lhe constitui puni\u00e7\u00e3o. Tolera o infrator. Ele \u00e9 o teu futuro, caso n\u00e3o disponhas de for\u00e7as para prosseguir bem.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

A palestrante nos faz recordar que o ser mais perfeito que passou pela Terra, Jesus, jamais julgou. Quem somos n\u00f3s, ent\u00e3o, para julgar o erro alheio? \u00c9 sobre esses pilares que Jesus sempre nos convida \u00e0 reflex\u00e3o, nesse processo evolutivo em que estamos, em provas e expia\u00e7\u00f5es, ao constatarmos a fraqueza do outro, o convite \u00e9 agirmos com miseric\u00f3rdia.<\/p>\n

Todos merecemos miseric\u00f3rdia<\/h2>\n

Uma das par\u00e1bolas que o Mestre nos deixou retrata a toler\u00e2ncia que ele quer nos ensinar. Ao se deparar com o caso da mulher ad\u00faltera, Jesus diz: “Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra!”.\u00a0<\/p>\n

“Erguendo-se, Jesus lhe disse: \u201cMulher, onde est\u00e3o eles? Ningu\u00e9m te condenou?\u201d Disse ela: \u201cNingu\u00e9m, Senhor\u201d. Disse, ent\u00e3o, Jesus: \u201cNem eu te condeno. Vai, e de agora em diante n\u00e3o peques mais\u201d.
— Jo\u00e3o 8:10-11<\/p><\/blockquote>\n

Ele n\u00e3o julga, ele acolhe e orienta.\u00a0<\/p>\n

“Em vez de julgar o outro, ocupe-se de voc\u00ea mesmo. Pense em avaliar suas dificuldades, suas falhas e aplique-se. Jesus jamais puniu, Ele sempre conduziu a m\u00e9todos reeducativos,” orienta a palestrante.<\/p>\n

A toler\u00e2ncia que utilizares para com os infelizes se transformar\u00e1 na medida emocional de compaix\u00e3o que receber\u00e1s, quando chegar a tua vez, j\u00e1 que ningu\u00e9m \u00e9 inexpugn\u00e1vel, nem perfeito.
— Joanna de \u00c2ngelis em Jesus e Atualidade, cap\u00edtulo 5.<\/p><\/blockquote>\n

A s\u00e9rie Jesus e Atualidade foi abordada em outras publica\u00e7\u00f5es de nosso blog, que podem ser acessados nos seguintes links:<\/p>\n