A Doutrina Esp\u00edrita se mostra consoladora em muitos momentos de nossas vidas, em especial aqueles que envolvem a perda dos entes queridos. A verdade da imortalidade da alma e a certeza do reencontro futuro traz um alento aos cora\u00e7\u00f5es cheios de saudade. Mas, ainda assim, s\u00e3o muitas as nuances envolvidas, e cada caso \u00e9 um caso. No livro Viv\u00eancias de Amor em Fam\u00edlia, Divaldo Franco nos diz: \u201cH\u00e1 dores para as quais n\u00e3o h\u00e1 palavras. A morte \u00e9 um desses dramas\u201d.\u00a0<\/p>\n
Em palestra realizada na Associa\u00e7\u00e3o Esp\u00edrita F\u00e9 e Caridade<\/a>, a trabalhadora da casa Em\u00edlia Chagas nos fala do quanto sentimos a aus\u00eancia das pessoas queridas por n\u00f3s e como essa falta desencadeia muitos sentimentos, como saudade, tristeza, culpa at\u00e9, e muitos outros sentimentos.<\/p>\n Para entrar em t\u00e3o importante tema, vamos contar uma hist\u00f3ria: uma m\u00e3e teve um beb\u00ea que nasceu com problema s\u00e9rio de sa\u00fade e acabou fazendo v\u00e1rias cirurgias para restitui\u00e7\u00e3o de uma art\u00e9ria, at\u00e9 que em uma delas, aos 5 anos, a crian\u00e7a sofreu muito e veio a entrar em coma, na UTI. A m\u00e3e, ent\u00e3o, fez uma prece muito sentida a Deus, pedindo que acontecesse o que fosse melhor para seu filho. Claro que essa m\u00e3e queria que o filho se recuperasse, mas ela pediu a Deus o que fosse melhor para seu filho, e n\u00e3o para ela. A crian\u00e7a veio ent\u00e3o a desencarnar.\u00a0<\/p>\n O que podemos depreender dessa narrativa \u00e9 o amor enorme dessa m\u00e3e, sua abnega\u00e7\u00e3o, a aus\u00eancia do ego\u00edsmo em seu cora\u00e7\u00e3o e a f\u00e9 irrestrita em Deus e em seus des\u00edgnios. Essa m\u00e3e era esp\u00edrita e j\u00e1 tinha em seu cora\u00e7\u00e3o e em seu racioc\u00ednio, informa\u00e7\u00f5es que a auxiliaram a manter sua f\u00e9 forte nesse momento t\u00e3o dif\u00edcil. Passados 20 anos, essa m\u00e3e veio a adoecer. A filha mais velha, vendo a m\u00e3e hospitalizada em situa\u00e7\u00e3o delicada, n\u00e3o sabia como agir. Quem veio auxiliar essa filha foi o outro irm\u00e3o, j\u00e1 desencarnado h\u00e1 vinte anos, atrav\u00e9s de uma carta psicografada junto \u00e0 espiritualidade amiga, em que trazia instru\u00e7\u00f5es precisas de como proceder diante da m\u00e3e naquela hora decisiva.\u00a0<\/p>\n Nunca estamos desamparados. Deus nos auxilia no momento exato em que necessitamos, de uma forma ou de outra, mesmo que seja para procurarmos em n\u00f3s mesmos a forma, a estrat\u00e9gia para sairmos de situa\u00e7\u00f5es dif\u00edceis. E mais, ningu\u00e9m perde ningu\u00e9m, o amor verdadeiro entre os esp\u00edritos tamb\u00e9m \u00e9 eterno. Um dia todos estaremos juntos de novo.<\/p>\n Vejamos ent\u00e3o algumas quest\u00f5es que fazem parte da Doutrina Esp\u00edrita, que ajudaram essa fam\u00edlia da hist\u00f3ria e que tamb\u00e9m nos amparam em muitos momentos de nossa vida.<\/p>\n Estamos aqui de passagem e essa exist\u00eancia \u00e9 um per\u00edodo maravilhoso de aprendizado, fundamental para nossa evolu\u00e7\u00e3o. \u00c0s vezes nos perguntamos o que estamos fazendo aqui, por que sentimos dores f\u00edsicas e emocionais e a resposta simples que o espiritismo nos oferece \u00e9 nossa necessidade de evolu\u00e7\u00e3o, que nada acontece por acaso e estamos perto de pessoas que muitas vezes nos incomodam, nos deixam tristes e at\u00e9 com sentimentos fortes de rejei\u00e7\u00e3o porque, como esp\u00edritos imortais e pass\u00edveis de evolu\u00e7\u00e3o, temos que responder por nossos erros do passado e esses mesmos esp\u00edritos encarnados que parecem \u201catrapalhar\u201d nossa vida, est\u00e3o ao nosso lado por algum motivo.<\/p>\n No Livro dos Esp\u00edritos, a quest\u00e3o 149 nos esclarece:\u00a0<\/p>\n Que sucede \u00e0 alma no instante da morte? Ent\u00e3o, nossa verdadeira p\u00e1tria \u00e9 o mundo espiritual. Vivemos novas experi\u00eancias reencarnat\u00f3rias<\/a> para evoluir, gradativamente, aprendendo com as dificuldades. Mas, quando aqui encarnados, esquecemos dos compromissos que assumimos no plano espiritual, antes do reencarne, j\u00e1 que, aqui na Terra, nos tornamos seres temporais, nos adaptamos \u00e0 pressa da vida di\u00e1ria e aos chamamentos da vida mundana.\u00a0<\/p>\n O que acontece, por\u00e9m, \u00e9 que n\u00e3o podemos fugir dos nossos compromissos assumidos em outras vidas e, at\u00e9 mesmo, na encarna\u00e7\u00e3o que estamos vivendo nesse momento. Esse conhecimento sobre reencarna\u00e7\u00e3o e causas das nossas afli\u00e7\u00f5es \u00e9 muito importante para que possamos compreender o porqu\u00ea de nossas perdas. Sentimos, \u00e9 claro, a dor da perda de quem amamos e ficamos tristes e com saudades.\u00a0<\/p>\n No Livro dos Esp\u00edritos, a quest\u00e3o 934 trata exatamente dessa dor e a resposta dos esp\u00edritos \u00e9:\u00a0<\/p>\n Essa causa de sofrimento atinge tanto o rico como o pobre: \u00e9 uma prova ou expia\u00e7\u00e3o, e lei para todos. Mas \u00e9 uma consola\u00e7\u00e3o poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios de que dispondes, enquanto esperais o aparecimento de outros mais diretos e mais acess\u00edveis aos vossos sentidos. Podemos recorrer a algo muito simples que est\u00e1 ao nosso alcance a toda hora. Quando bater aquela saudade, vamos nos recolher e proferir uma prece para aquele ente querido. Ele receber\u00e1 nosso carinho sempre e, na maioria das vezes, se for permitido pelos irm\u00e3os maiores, poderemos ter a alegria de t\u00ea-los ao nosso lado.<\/p>\n A tristeza que nos abate ao perder um ente querido, principalmente, nos primeiros momentos, \u00e9 um processo. O luto \u00e9 uma experi\u00eancia particular e vai amenizando com o tempo. A\u00ed entra nossa f\u00e9 em Deus e na vida futura que nos auxilia a passar pela dor com coragem e resigna\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Joanna de \u00c2ngelis, nos auxilia:\u00a0<\/p>\n A morte n\u00e3o representa a esta\u00e7\u00e3o final da vida, o ato derradeiro do existir. (…) Todos, por\u00e9m, saudosos ou felizes, esperan\u00e7osos ou tristes prosseguem em est\u00e2ncia nova, pulsantes de vida. Recebem os teus pensamentos, participam das tuas evoca\u00e7\u00f5es. Se n\u00e3o te respondem \u00e9 porque isto n\u00e3o lhes \u00e9 l\u00edcito. Leis soberanas co\u00edbem as precipita\u00e7\u00f5es informativas a teu e a benef\u00edcio deles pr\u00f3prios. \u00c9 dif\u00edcil, claro que \u00e9 dif\u00edcil, j\u00e1 que a saudade d\u00f3i demais. Mas que ben\u00e7\u00e3o a possibilidade de ter esses esclarecimentos, que s\u00e3o um alento diante da dor. Todos ficamos tristes, sofremos e, muitas vezes, nos revoltamos quando perdemos um ente querido. Passamos a pensar em injusti\u00e7a nessa situa\u00e7\u00e3o.\u00a0<\/p>\nUma hist\u00f3ria real<\/h2>\n
A Doutrina consoladora<\/h2>\n
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\u201cVolta a ser esp\u00edrito, isto \u00e9, volve ao mundos dos Esp\u00edritos, donde se apartara momentaneamente\u201d.
— O Livro dos Esp\u00edritos, quest\u00e3o 149.<\/p><\/blockquote>\n
— O Livro dos Esp\u00edritos, quest\u00e3o 149.<\/p><\/blockquote>\n
— do livro Rumos Libertadores, cap\u00edtulo 59.<\/p><\/blockquote>\nO luto: uma experi\u00eancia individual<\/h2>\n