A obra Uma Vida de Amor e Caridade, de Izabel Bueno, contendo mensagens de Espíritos Diversos, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, conta um pouco da história de uma grande mulher. Aparecida Conceição Ferreira, nascida em 18 de maio de 1915, foi fundadora do Hospital do Pênfigo Foliáceo, ou Hospital do Fogo Selvagem, atualmente denominado Lar da Caridade, em Uberaba/MG. Dona Cida, como era chamada, dedicou sua vida ao próximo, especialmente aos irmãos em grande sofrimento, vítimas da doença tão dolorosa conhecida como Fogo Selvagem, e que causa feridas físicas e emocionais.

Em palestra para a Associação Espírita Fé e Caridade, Alex Matte nos trouxe preciosas informações sobre essa pessoa que dedicou sua vida ao amor e à caridade.

Mãe dos enfermos

Dona Cida, que necessitava ajudar no sustento de seus filhos, foi trabalhar na Santa Casa de Uberaba, em uma área reservada a pacientes com doenças contagiosas. Em determinado momento passaram a ser internados pacientes com pênfigo foliáceo, doença também conhecida como fogo selvagem.

Após dois anos tratando desses doentes, a direção do hospital determinou que os 22 pacientes que estavam internados fossem dispensados devido ao alto custo e longa duração do tratamento dessa doença. 12 desses pacientes ainda necessitavam de tratamento intenso para se recuperar. Dona Cida, após várias tentativas de interceder por eles junto ao hospital e percebendo que ficariam sem tratamento, decidiu abrigá-los em sua própria casa, contrariando sua família.

Do barracão ao hospital

O número de pacientes aumentava a cada dia. Depois de um tempo cuidando dos doentes em sua casa, Dona Cida passou a abrigá-los em um barracão, e depois conseguiu transferi-los a um pavilhão do asilo Lar São Vicente de Paula, lá permanecendo por dez anos. Em fevereiro de 1962 iniciou a obra do hospital, sem nenhum auxílio do governo, contando somente com a ajuda da população e de seu grande amigo Chico Xavier.

Dona Cida foi presa por oito dias, sob a acusação de mendicância para uma entidade fictícia, enquanto pedia recursos para a construção do hospital que ela idealizou para cuidar dos pacientes do fogo selvagem. Por conta de um processo criminal aberto contra ela, as dificuldades para agariar recursos financeiros aumentaram ainda mais.

Obteve auxílio através do jornalista Saulo Gomes, que fez várias campanhas para angariar fundos para a obra. Com muito trabalho, Dona Cida conseguiu finalizar a nova sede do hospital em 1969.

Doentes precisam de escola

Devido à falta de informação, a população acreditava que o pênfigo foliáceo era uma doença altamente contagiosa, o que acabou repercutindo nas escolas de Uberaba. Pais de alunos passaram a se posicionar contra a presença de alunos com a doença nas escolas, com receio de terem seus filhos contaminados.

Lutadora incansável, Dona Cida conseguiu autorização do Ministério da Educação para o funcionamento do curso ginasial dentro das instalações do hospital que ela construi, que durante quinze anos contou com professores voluntários para atenderem os alunos.

Em 1986 foi fundada a escola Adolfo Bezerra de Menezes, com sede no Lar da Caridade, atual nome do Hospital do Fogo Selvagem.

Trajetória de amor

Dificuldade e luta são as palavras que definem a caminhada de Dona Cida.

Apesar de ter sido presa, julgada por mendicância, enganada e tratada com indiferença pelo poder público, não desistiu e concluiu seu projeto de vida com sucesso.

A Associação do Hospital do Pênfigo de Uberaba, fundada em 1957, prosperou e em 1970 passou a chamar-se Lar da Caridade, que hoje, além do tratamento da doença do fogo selvagem, realiza várias atividades sociais, como os projetos:

Acompanhe a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Sandra Lemos.

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