Em palestra exibida nos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, Fabiana Fertig expôs sobre o tema Verdades do mundo espiritual.

A palestrante iniciou falando sobre pessoas altamente sensíveis que, sem querer, captam a energia dos outros e percebem os sentimentos alheios como se fossem seus. Estamos cercados por Espíritos o tempo todo. Mas sobretudo por seus pensamentos, tanto de desencarnados como de encarnados.

Na linguagem Espírita, as pessoas altamente sensíveis são os médiuns. Porém perceber este mundo espiritual é de todos, pois nos relacionamos através dos pensamentos e vibrações que nos rodeiam. Algumas vezes, não estamos bem e não sabemos o porquê, e isso pode ser a sua captação do ambiente.

A relação com o mundo Espiritual

O tema escolhido é pelo fato da Doutrina Espírita estudar a natureza e a existência do mundo espiritual e a sua relação com o mundo corporal. Esta relação se dá pelo pensamento. Nós pensamos o tempo todo, até mesmo quando dormimos, porque é somente o corpo físico que dorme.

Allan Kardec tratou deste assunto no capítulo IX de Os Livro dos Espíritos – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal.

Nas questões 456 até 458, Kardec trata sobre a penetração dos espíritos nos pensamentos. Ele questiona se eles vêem e conhecem nossos pensamentos, e o que sentem e pensam acerca de nós. Sabemos que eles nos observam e interagem conosco.

Os Espíritos vêem tudo o que fazemos?
– Os Espíritos constantemente nos rodeiam e por isso, podem ver tudo o eu fazemos. Cada um, porém, só vê aquilo que dá atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente.

— O Livro dos Espíritos, questão 456.

Os Espíritos bons, vão estar ligados e atentos as coisas boas. Já os Espíritos levianos e ignorantes vão estar atentos aquilo de mau que nós estamos fazendo.

Reflita: com quem estamos nos ligando mentalmente? É com eles que estaremos nos conectando.

Os Espíritos podem conhecer nossos pensamentos mais secretos?
– Conhecem muitas vezes, aquilo que desejareis ocultar a vós mesmos, nem atos, nem pensamentos podem ser dissimulados para eles.

— O Livro dos Espíritos, questão 457.

Os Espíritos conhecem e vêem aquilo que queremos omitir até de nós mesmos. 

E isto pode servir de alerta, sobre como caminhamos nas nossas existências, sem nos conhecermos. Não avaliamos aquilo que fazemos, pensamos ou sentimos. Porém, quem nos rodeia pode fazer esta avaliação. 

O pensamento emite ondas de som, cor e imagens. Por isso, não podemos ocultar quem somos. Os Espíritos não invadem nossos pensamentos, somos nós quem os demonstramos. Os que estão na mesma condição que a nossa, observam. Já os que estão abaixo da nossa condição vibratória, não conseguem observar.

Se algum Espírito obsessor estiver ligado a nós, é porque em algum momento estivemos na mesma condição vibratória. Colhemos o que plantamos, isso vale para os pensamentos também.

Por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, nem por isso deixam de estar no espaço, ao redor de nós, ao nosso lado, espiando nossas ações, lendo nossos pensamentos, uns para nos fazerem o bem, outros para nos induzirem ao mal, conforme sejam bons ou maus.
— Revista Espírita: Obsidiados e Subjugados. Outubro, 1858 (Allan Kardec).

Estamos incessantemente cercados por uma multidão de Espíritos. Nunca estamos sozinhos.

Nesse caso, pareceria mais fácil esconder uma coisa a uma pessoa viva que fazê-lo a essa mesma pessoa depois da sua morte?
– Certamente, e quando vos credes bem ocultos, tendes, frequentemente, uma multidão de Espíritos, ao vosso lado, que vos observam.

— O Livro dos Espíritos, questão 457a.

Podemos ocultar as informações dos vivos, mas quando aquele desencarna, não poderá mais ser ocultado.

Existem relatos de familiares que se decepcionam, porque ao desencarnar percebem como são falados ou julgados. Também tomam conhecimento de informações escondidas a vida inteira sobre si, sentindo ódio e passando inclusive a obsidiar a pessoa.

Que pensam de nós os Espíritos que estão ao nosso redor e nos observam?
– Isso depende. Os Espíritos frívolos se riem dos pequenos aborrecimentos que vos suscitam e zombam das vossas impaciências. Os Espíritos sérios lastimam vossos defeitos e procuram ajudar.

— O Livro dos Espíritos, questão 458.

Os Espíritos levianos riem dos pequenos aborrecimentos que causaram, que provocaram para nos irritar e zombar da nossa impaciência.

Os Espíritos sérios lamentam nossos defeitos e procuram nos ajudar.

Mas nem tudo o que nos acontece é culpa dos Espíritos, pois temos o poder da escolha, o livre-arbítrio. Os espíritos não criam, apenas ampliam nossas emoções.

A Doutrina Espírita

O papel da Doutrina Espírita é nos educar. Educar o Ser espiritual que somos, nos chamar para a realidade, para termos consciência de quem somos, para que viemos e para nossas responsabilidades.

A Doutrina Espírita é a doutrina da responsabilidade, devemos ser responsáveis pelo que nós fazemos, pelo que pensamos e sentimos.

A Doutrina Espírita nos educa a controlar os nossos pensamentos e emoções. Dificilmente vamos mudar de uma hora para outra. A partir do momento que tomamos conhecimento de quem nós somos, devemos ficar mais atentos as nossas atitudes, impulsos, palavras e pensamentos. Atentos a agir, e não reagir, conseguindo pensar com mais serenidade.

Isso nos fará selecionar quem estará convivendo conosco, desencarnados e encarnados.

Assim, fica o convite à reflexão: estamos acolhendo a ajuda que os benfeitores espirituais estão nos dando?

Muitas vezes procuramos casas espíritas para irradiação, oração, estudo e trabalho. Entretanto, ainda ficamos com pensamentos levianos. Pedimos ajuda sem querer fazer a nossa parte. Querendo mudar apenas “da boca para fora”.

Nesses casos, podemos até sentir um alívio ao procurar essa ajuda. Mas será momentâneo, se voltarmos aos velhos hábitos e velhas escolhas. Os Espíritos se conectam a nós de acordo com nossas escolhas mais comuns e recentes.

Portanto, devemos assumir nossa responsabilidade. Sigamos o conselho “Vigiai e orai” e façamos isso especialmente para nossos pensamentos.

Procuremos alimentar o nosso dia com informações, leituras, músicas e conversas salutares, que nos induzam a vibrar com Jesus. Ao nos esforçar e buscar nos ocupar com o bem, cumprindo nossos deveres com bom ânimo, responsabilidade e alegria, estaremos favorecendo nossa ligação com os benfeitores espirituais.

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Débora Hemkemeier.

**Imagem em destaque via Pexels.com

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